quinta-feira, 22 de dezembro de 2011


'O mundo já ingressou na segunda fase da crise’

Em toda parte, a direita retomou a ofensiva. Ela se atém à questão dos déficits orçamentários e da elevação da dívida pública. Ela finge não ver que a austeridade orçamentária, além da transferência, que a felicita, do peso da dívida para as classes populares, não pode senão provocar a recaída numa nova contração da atividade. Essa é a segunda fase da crise. Essa segunda fase não será a última. O novo mergulho na recessão necessitará novas políticas. A análise é do economista francês Gérard Duménil, em entrevista ao Jornal da Unicamp.

O economista francês Gérard Duménil é autor de vários livros e ensaios
sobre o capitalismo contemporâneo. Este ano publicou, em parceria com
Dominique Lévy, o livro The crisis of neoliberalism (Harvard University
Press, 2011). Duménil esteve na Unicamp para uma palestra sobre a crise
atual no Centro de Estudos Marxistas (Cemarx) no âmbito do programa de
pós-graduação em ciência política do Instituto de Filosofia e Ciências
Humanas (IFCH) da Unicamp.

Em entrevista ao Jornal da Unicamp, ele analisou o desenrolar da crise econômica internacional e advertiu:     o mundo já ingressou na segunda fase da crise.

Jornal da Unicamp – Você vem pesquisando o capitalismo neoliberal há muito tempo. Na sua análise, como se deve caracterizar essa etapa atual do capitalismo?

Gérard Duménil – O neoliberalismo é a nova etapa na qual ingressou o capitalismo com a transição dos anos 70 e 80. Eu e Dominique Lévy falamos de uma nova “ordem social”. Com essa expressão nós designamos a configuração de poderes relativos de classes sociais, dominações e compromissos. O neoliberalismo se caracteriza, desse modo, pelo reforço do poder das classes capitalistas em aliança com a classe dos gerentes (classe des cadres) – sobretudo as cúpulas das hierarquias e dos setores financeiros.

No decorrer dos decênios posteriores à Segunda Guerra Mundial, as classes capitalistas viram o seu poder e suas rendas diminuírem sensivelmente na maior parte dos países. Simplificando, nós poderíamos falar numa ordem “social-democrata”. As circunstâncias criadas pela crise de 1929, a Segunda Guerra Mundial e a força internacional do movimento operário tinham conduzido ao estabelecimento dessa ordem social relativamente favorável ao desenvolvimento econômico e à melhoria das condições de vida das classes populares – operários e empregados subalternos. O termo “social-democrata” para caracterizar essa ordem social se aplicava, evidentemente, melhor à Europa que aos Estados Unidos.

Com o estabelecimento da nova ordem social neoliberal, o funcionamento do capitalismo foi radicalmente transformado: uma nova disciplina foi imposta aos trabalhadores, em matéria de condições de trabalho, poder de compra, proteção social etc., além da desregulamentação (notadamente financeira), abertura das fronteiras comerciais e a livre mobilidade dos capitais no plano internacional – liberdade de investir no exterior. Esses dois últimos aspectos colocaram todos os trabalhadores do mundo numa situação de concorrência, quaisquer que sejam os níveis de salário comparativos nos diferentes países.

No plano das relações internacionais, os primeiros decênios do pós-guerra, ainda na antiga ordem “social democrata”, foram marcados por práticas imperialistas dos países centrais: no plano econômico, pressão sobre os preços das matérias-primas e exportação de capitais; no plano político, corrupção, subversão e guerra. Com a chegada do neoliberalismo, as formas imperialistas foram renovadas. É difícil julgar em termos de intensidade, fazer comparação. Em termos econômicos, a explosão dos investimentos diretos no estrangeiro na década de 1990 certamente multiplicou o fluxo de lucros extraído dos países periféricos pelas classes capitalistas do centro. O fato de os países da periferia desejarem receber esses investimentos não muda nada a natureza imperialista dessas práticas – sabe-se que todos os trabalhadores “desejam” ser explorados a ficar desempregados.

Quando em meados dos anos 90, nós introduzimos essa interpretação do neoliberalismo em termos de classe, ela suscitou pouco interesse. Mas a explosão das desigualdades sociais deu a essa interpretação a força da evidência. A particularidade da análise marxista é a referência às classes mais que a grupos sociais. Esse caráter de classe está inscrito em todas as práticas neoliberais e inclusive os keynesianos de esquerda se exprimem, agora, nesses termos. Uma recusa a essa interpretação, no entanto, ainda se mantém; muitos não aceitam o papel importante que atribuímos aos gerentes (cadres) na ordem social neoliberal.

Entre os marxistas, continua-se a recusar que o controle dos meios de produção no capitalismo moderno é assegurado conjuntamente pelas classes capitalistas e pela classe dos gerentes (classe de cadres), o que faz dessa última uma segunda componente das classes superiores. Essa recusa é ainda mais desconcertante quando se tem em mente que as rendas das categorias superiores dos gerentes (cadres) no neoliberalismo explodiram ainda mais que as rendas dos capitalistas.

JU – Para alguns autores, o neoliberalismo foi um ajuste inevitável provocado pela crise fiscal do Estado; para outros foi o resultado, também inevitável, da globalização.

Gérard Duménil – A explicação do neoliberalismo pela “crise fiscal” e frequentemente também pela inflação é a explicação da direita; é uma defesa dos interesses capitalistas. Ela especula com as inconsequências dos blocos políticos que dirigiam a ordem social do pós-guerra. Esses foram incapazes de gerir a crise dos anos 70 e preparam a cama para o neoliberalismo. Passa-se o mesmo com a explicação que apresenta o neoliberalismo como consequência da globalização. Esse argumento inverte as causalidades. O que o neoliberalismo faz é orientar a globalização, uma tendência antiga, para novas direções e acelerar o seu curso, abrindo a via para a “globalização neoliberal”. O movimento altermundialista lutou por uma outra globalização, solidária, e não baseada na exploração em proveito de uma minoria.

JU – Você acaba de publicar, juntamente com o seu colega Dominique Lévy, um livro sobre a crise econômica atual. Na sua avaliação, qual é a natureza dessa crise?

Gérard Duménil – A crise atual é uma das quatro grandes crises – crises estruturais – que o capitalismo atravessou desde o final do século XIX: a crise da década de 1890, a crise de 1929, a crise da década de 1970 e a crise atual – iniciada em 2007/2008. Essas crises são episódios de perturbação de uma duração de cerca de uma dezena de anos (para as três primeiras). Elas ocorrem com uma periodicidade de cerca de 40 anos e separam as ordens sociais que evoquei na resposta à primeira pergunta. A primeira e a terceira dessas crises, as das décadas de 1890 e de 1970, seguiram-se a fases de queda da taxa de lucro e podem ser designadas como crises de rentabilidade. As duas outras crises, a de 1929 e a atual, nós as designamos como “crises de hegemonia financeira”. São grandes explosões que ocorrem na sequência de práticas das classes superiores visando ao aumento de suas rendas e de seus poderes. Todos os procedimentos do neoliberalismo estão aqui em ação: desregulamentação financeira e globalização. O primeiro aspecto é evidente, mas a globalização foi também, como vou indicar, um fator chave da crise atual.

Queda da taxa de lucro e explosão descontrolada das práticas das classes capitalistas são dois grandes tipos de explicação das grandes crises na obra de Marx. O primeiro tipo é bem conhecido. No Livro III de O Capital, Marx defende a tese da existência de uma “tendência decrescente da taxa de lucro” inerente ao caráter da mudança tecnológica no capitalismo (a dificuldade de aumentar a produtividade do trabalho sem realizar investimentos muito custosos, o que Marx descreve como a “elevação da composição orgânica do capital”).

Note-se que Marx refuta explicitamente a imputação da queda da taxa de lucro ao aumento da concorrência. (O segundo grande tipo de explicação para as crises já aparece em esboço nos escritos de Marx da década de 1840.) No Manifesto do Partido Comunista, Marx descreve as classes capitalistas como aprendizes de feiticeiros, desenvolvendo mecanismos capitalistas sob formas e em graus perigosos e perdendo, finalmente, o controle sobre as consequências de sua ação. Os aspectos financeiros da crise atual remetem diretamente às análises do “capital fictício”, aos quais Marx consagrou longos desenvolvimentos no Livro II de O Capital, desenvolvimentos que ecoam as ideias do Manifesto. De uma maneira bem estranha, alguns marxistas só aceitam a explicação das grandes crises pela queda da rentabilidade, excluindo qualquer outra explicação, e passam a multiplicar cálculos mal fundamentados.

Mas a crise atual não é uma simples crise financeira. É a crise de uma ordem social insustentável, o neoliberalismo. Essa crise, no centro do sistema, deveria acontecer, de qualquer modo, um dia ou outro, mas ele chegou de uma maneira bem particular em 2007/2008, vinda dos Estados Unidos. Dois tipos de mecanismos convergiram. Encontramos, de uma parte, a fragilidade induzida em todos os países neoliberais pelas práticas de financeirização e de globalização (notadamente financeira), motivada pela busca desenfreada de rendimentos crescentes por parte das classes superiores, reforçada pela recusa de regulamentação. O banco central dos EUA, em particular, perdeu o controle das taxas de juros e a capacidade de conduzir políticas macroeconômicas em decorrência da globalização financeira. De outra parte, a crise foi o efeito da trajetória econômica estadunidense, uma trajetória de desequilíbrios cumulativos, que os EUA puderam manter devido à sua hegemonia internacional – contrariamente à Europa que, considerada no seu conjunto, não conheceu tais desequilíbrios.

Desde 1980, o ritmo da acumulação de capital nos Estados Unidos desacelerou no território do próprio país enquanto cresciam os investimentos diretos no exterior. A isso é necessário acrescentar: um déficit crescente do comércio exterior, uma grande elevação do consumo (da parte das camadas mais favorecidas) e um endividamento igualmente crescente das famílias. O déficit de comércio exterior (o excesso de importações frente às exportações) alimentava um fluxo de dólares para o resto do mundo que tinha como única utilização a compra de títulos estadunidenses, levando ao financiamento da economia daquele país pelos estrangeiros – uma “dívida” vis-à-vis o estrangeiro, simplificando um pouco.

Por razões econômicas que eu não explicarei aqui, o crescimento dessa dívida exterior devia ser compensado por aquele da dívida interna, a das famílias e a do Estado, a fim de sustentar a atividade no território do país. Isso foi feito encorajando o endividamento das famílias pela política de crédito e pela desregulamentação – a dívida do governo teria podido substituir o endividamento das famílias mas isso ia contra as práticas neoliberais de antes da crise. Os credores das famílias (bancos e outros) não conservavam os créditos criados, mas os revendiam sob a forma de títulos (obrigações), cuja metade, mais ou menos, foi comprada pelo resto do mundo.

De tanto emprestar às famílias para além da capacidade delas saldarem as dívidas, as inadimplências se multiplicaram desde o início do ano de 2006. A desvalorização desses créditos desestabilizou o frágil edifício financeiro, nos EUA e no mundo, sem que o banco central dos Estados Unidos estivesse em condição de restabelecer os equilíbrios no contexto de desregulamentação e de globalização que ele próprio tinha favorecido. Esse foi o fator desencadeador, mas não o fundamental, da crise – combinação de fatores financeiros (a loucura neoliberal nesse domínio) e reais (a globalização, o sobre-consumo estadunidense e o déficit do comércio exterior desse país).

JU – Você falou em suas palestras no Brasil que a crise econômica teria entrado numa segunda fase. Como a crise vem se desenvolvendo?

Gérard Duménil – O mundo já ingressou na segunda fase da crise. É fácil compreender as razões. A primeira fase atingiu o pico no outono de 2008, quando caíram as grandes instituições financeiras estadunidenses, quando começou a recessão e quando a crise se propagou para o resto do mundo. As lições da crise de 1929 foram bem aprendidas. Os bancos centrais intervieram massivamente para sustentar as instituições financeiras (com medo de uma repetição da crise bancária de 1932) e os déficits orçamentários dos Estados atingiram níveis excepcionais. Mas essas medidas keynesianas, estimulando a demanda, só podiam ter por efeito uma sustentação temporária da atividade.

Os governos dos países do centro ainda não tomaram consciência do caráter estrutural da crise. Eles agem como se a crise tivesse sido puramente financeira, já ultrapassada; entretanto, as medidas keynesianas só criaram um sursis. Nenhuma medida antineoliberal séria foi tomada nos países do centro. São apenas políticas que visam o reforço da exploração das classes populares.

Nos Estados Unidos, a administração de Barak Obama elaborou uma lei, a lei Dodd-Frank, para regulamentar as práticas financeiras, mas os republicanos bloquearam completamente a aplicação. Em outras esferas, como gestão das empresas, exportação, déficits do comércio exterior, nada foi feito. Na Europa, a crise não é identificada como a crise do neoliberalismo. A Alemanha é apresentada como tendo provado a sustentabilidade do caminho neoliberal. A crise é imputada à incapacidade de gestão de certos Estados, notadamente a Grécia e Portugal.

Em toda parte, a direita retomou a ofensiva. Ela se atém à questão dos déficits orçamentários e da elevação da dívida pública. Ela finge não ver que a austeridade orçamentária, além da transferência, que a felicita, do peso da dívida para as classes populares, não pode senão provocar a recaída numa nova contração da atividade. Essa é a segunda fase da crise. Essa segunda fase não será a última. O novo mergulho na recessão necessitará novas políticas. Contrariamente à Europa, os Estados Unidos se lançaram massivamente no financiamento direto da dívida pública pelo banco central (o quantitative easing). Muito mais coisa será necessária, apesar da direita. Nós temos dificuldade em ver como a Europa poderá escapar disso.

JU – É sabido que a crise econômica atingiu mais fortemente, pelo menos até agora, os EUA e a Europa. Na década de 1990, ao contrário, as crises econômicas foram mais fortes na periferia. Por que essa diferença? Como a crise atual se manifesta nas diferentes regiões do globo?

Gérard Duménil – Até a segunda metade da década de 1990, o neoliberalismo produziu estragos no mundo, notadamente na América Latina e na Ásia. Mesmo hoje, as taxas de crescimento na América Latina permanecem inferiores àquelas dos primeiros decênios do pós-Segunda Guerra Mundial, e isso a despeito da redução massiva dos salários reais – que foi reduzido à metade desde a crise de 1970 em alguns países da região. Na década de 1990 – e em 2001 na Argentina – os avanços do neoliberalismo provocaram grandes crises, das quais a crise argentina é um caso emblemático.

O mundo entrou, agora, numa fase nova. A transição para o neoliberalismo provoca um tipo de “divórcio”, nos países do centro, entre os interesses das classes superiores e os do país como território econômico. O caso dos Estados Unidos é espetacular. Como eu disse, as grandes empresas desse país investem cada vez menos no território do país e, cada vez mais, no resto do mundo. A globalização levou a um deslocamento da localização da produção industrial para as periferias: na Ásia, na América Latina e, inclusive, em alguns países da África sub-saariana.

JU – As políticas propostas pelos dois grandes da União Europeia para superar a crise têm repetido as fórmulas neoliberais. Os mercados intimidam os governos; Sarkozy e Merkel exigem mais e mais cortes orçamentários. Por que insistem em uma política que, para muitos observadores, está na origem da crise? Que resultado a aplicação de tais políticas poderá produzir?

Gérard Duménil – Eu não penso de jeito nenhum que o rigor orçamentário tenha sido uma das causas da crise. Isso é a expressão de uma crença keynesiana ingênua, tão ingênua quanto à crença na capacidade dessas políticas de suscitar a saída da crise, dispensando as necessárias transformações antineoliberais. Porém, nesse contexto, as políticas que visam erradicar os déficits não deixarão de provocar uma nova queda da produção.

JU – Muitos analistas têm destacado que os partidos, sejam eles de direita ou de esquerda, não se diferenciam muito nas propostas para enfrentar a crise. Ademais, em vários países europeus, como a Inglaterra, a Espanha e Portugal, a direita foi eleitoralmente favorecida pela crise econômica. Os movimentos sociais poderiam construir uma alternativa de poder? Qual poderia ser um programa popular para enfrentar a crise atual?

Gérard Duménil – Nós não falamos dos aspectos políticos do neoliberalismo. A aliança na cúpula das hierarquias sociais entre classes capitalistas e classes dos gerentes (classes de cadres) logrou, por diversos mecanismos, afastar as classes populares da política “politiqueira”. Quero dizer: as afastou dos jogos dos partidos e dos grupos de pressão. Para as classes populares, só restou a (luta de) rua.

É preciso fazer entrar em cena grupos sociais que se encontram na “periferia” das classes dos gerentes (classes de cadres): os intelectuais e os políticos profissionais. No compromisso social dos pós-Segunda Guerra, frações relativamente importantes desses grupos eram partidárias da aliança com as classes populares (às quais elas não pertenciam), que elas apoiavam nos seus campos próprios de atuação.

No contexto do colapso do movimento operário mundial, as classes capitalistas lograram, no neoliberalismo, a selar uma aliança com as classes dos gerentes – usando o recurso da remuneração, notadamente – conduzindo gradualmente esses grupos periféricos (a universidade fornece muitas ilustrações sobre esse fenômeno) no empreendimento de conquista social do neoliberalismo. A proporção de grupos sociais motivados para uma aliança com as classes populares estreitou-se consideravelmente, ficando reduzida a alguns grupos “iluminados” aos quais eu próprio pertenço.

O sofrimento das classes populares não chega ao grupo dos gerentes e, no plano político, não há mais nenhum grande partido de esquerda. Na França, sabe-se no que se tornou o Partido Socialista, completamente ganho pela “globalização”, um termo para ocultar o neoliberalismo. Algo semelhante poderíamos dizer dos democratas nos Estados Unidos e eu deixo para vocês mesmos julgarem a situação do Brasil a esse respeito.

A vida política – politiqueira – se reduz à alternância entre dois partidos não equivalentes; mas o partido que se diz de esquerda é incapaz de propor uma alternativa, para não falar da sua implementação. O voto se reduz àquilo que nós chamamos na França o “voto sanção”. A direita sucede a esquerda na Espanha, por exemplo, porque a esquerda estava no poder durante a crise; a direita não tem, evidentemente, nenhuma capacidade superior para gerir a crise.

JU – Muitos observadores têm falado da possibilidade de extinção do euro. Você acredita que isso poderá ocorrer? Na sua avaliação, quais seriam os desfechos mais prováveis para a crise atual?

Gérard Duménil – É possível que alguns países saiam da zona do euro. Isso não resolveria o problema da dívida deles, que se tornaria ainda impagável depois da desvalorização da nova moeda substituta do euro. O problema é o do cancelamento da dívida ou de sua adoção pelo banco central. A crise da dívida atingiu agora os países do centro da Europa, e será necessário que esses países tomem consciência da amplitude e da verdadeira natureza do problema.

Isso remete às características daquilo que nós chamamos a “terceira fase da crise”. Quais políticas serão adotadas face à nova recessão? Como será gerida a crise na Itália e, depois, na França? Como a Alemanha responderá à pressão dos “mercados” (as instituições financeiras internacionais)? Uma coisa é certa: essas dívidas não devem ser pagas, o que exige a transferência delas para fora dos bancos ou uma forte intervenção na sua gestão.

Agora, o ponto fundamental é a vontade dos governos dos países mais poderosos da Europa, notadamente a Alemanha, de reforçar a integração europeia (em vez de estourar a zona do euro), que se opõe à vontade de “desglobalização” de alguns. Esse debate oculta a questão central: qual Europa? Uma Europa das classes superiores ou a de um novo compromisso de esquerda?

Fonte: Carta Maior


'O mundo já ingressou na segunda fase da crise’

Em toda parte, a direita retomou a ofensiva. Ela se atém à questão dos déficits orçamentários e da elevação da dívida pública. Ela finge não ver que a austeridade orçamentária, além da transferência, que a felicita, do peso da dívida para as classes populares, não pode senão provocar a recaída numa nova contração da atividade. Essa é a segunda fase da crise. Essa segunda fase não será a última. O novo mergulho na recessão necessitará novas políticas. A análise é do economista francês Gérard Duménil, em entrevista ao Jornal da Unicamp.

O economista francês Gérard Duménil é autor de vários livros e ensaios
sobre o capitalismo contemporâneo. Este ano publicou, em parceria com
Dominique Lévy, o livro The crisis of neoliberalism (Harvard University
Press, 2011). Duménil esteve na Unicamp para uma palestra sobre a crise
atual no Centro de Estudos Marxistas (Cemarx) no âmbito do programa de
pós-graduação em ciência política do Instituto de Filosofia e Ciências
Humanas (IFCH) da Unicamp.

Em entrevista ao Jornal da Unicamp, ele analisou o desenrolar da crise econômica internacional e advertiu:     o mundo já ingressou na segunda fase da crise.

Jornal da Unicamp – Você vem pesquisando o capitalismo neoliberal há muito tempo. Na sua análise, como se deve caracterizar essa etapa atual do capitalismo?

Gérard Duménil – O neoliberalismo é a nova etapa na qual ingressou o capitalismo com a transição dos anos 70 e 80. Eu e Dominique Lévy falamos de uma nova “ordem social”. Com essa expressão nós designamos a configuração de poderes relativos de classes sociais, dominações e compromissos. O neoliberalismo se caracteriza, desse modo, pelo reforço do poder das classes capitalistas em aliança com a classe dos gerentes (classe des cadres) – sobretudo as cúpulas das hierarquias e dos setores financeiros.

No decorrer dos decênios posteriores à Segunda Guerra Mundial, as classes capitalistas viram o seu poder e suas rendas diminuírem sensivelmente na maior parte dos países. Simplificando, nós poderíamos falar numa ordem “social-democrata”. As circunstâncias criadas pela crise de 1929, a Segunda Guerra Mundial e a força internacional do movimento operário tinham conduzido ao estabelecimento dessa ordem social relativamente favorável ao desenvolvimento econômico e à melhoria das condições de vida das classes populares – operários e empregados subalternos. O termo “social-democrata” para caracterizar essa ordem social se aplicava, evidentemente, melhor à Europa que aos Estados Unidos.

Com o estabelecimento da nova ordem social neoliberal, o funcionamento do capitalismo foi radicalmente transformado: uma nova disciplina foi imposta aos trabalhadores, em matéria de condições de trabalho, poder de compra, proteção social etc., além da desregulamentação (notadamente financeira), abertura das fronteiras comerciais e a livre mobilidade dos capitais no plano internacional – liberdade de investir no exterior. Esses dois últimos aspectos colocaram todos os trabalhadores do mundo numa situação de concorrência, quaisquer que sejam os níveis de salário comparativos nos diferentes países.

No plano das relações internacionais, os primeiros decênios do pós-guerra, ainda na antiga ordem “social democrata”, foram marcados por práticas imperialistas dos países centrais: no plano econômico, pressão sobre os preços das matérias-primas e exportação de capitais; no plano político, corrupção, subversão e guerra. Com a chegada do neoliberalismo, as formas imperialistas foram renovadas. É difícil julgar em termos de intensidade, fazer comparação. Em termos econômicos, a explosão dos investimentos diretos no estrangeiro na década de 1990 certamente multiplicou o fluxo de lucros extraído dos países periféricos pelas classes capitalistas do centro. O fato de os países da periferia desejarem receber esses investimentos não muda nada a natureza imperialista dessas práticas – sabe-se que todos os trabalhadores “desejam” ser explorados a ficar desempregados.

Quando em meados dos anos 90, nós introduzimos essa interpretação do neoliberalismo em termos de classe, ela suscitou pouco interesse. Mas a explosão das desigualdades sociais deu a essa interpretação a força da evidência. A particularidade da análise marxista é a referência às classes mais que a grupos sociais. Esse caráter de classe está inscrito em todas as práticas neoliberais e inclusive os keynesianos de esquerda se exprimem, agora, nesses termos. Uma recusa a essa interpretação, no entanto, ainda se mantém; muitos não aceitam o papel importante que atribuímos aos gerentes (cadres) na ordem social neoliberal.

Entre os marxistas, continua-se a recusar que o controle dos meios de produção no capitalismo moderno é assegurado conjuntamente pelas classes capitalistas e pela classe dos gerentes (classe de cadres), o que faz dessa última uma segunda componente das classes superiores. Essa recusa é ainda mais desconcertante quando se tem em mente que as rendas das categorias superiores dos gerentes (cadres) no neoliberalismo explodiram ainda mais que as rendas dos capitalistas.

JU – Para alguns autores, o neoliberalismo foi um ajuste inevitável provocado pela crise fiscal do Estado; para outros foi o resultado, também inevitável, da globalização.

Gérard Duménil – A explicação do neoliberalismo pela “crise fiscal” e frequentemente também pela inflação é a explicação da direita; é uma defesa dos interesses capitalistas. Ela especula com as inconsequências dos blocos políticos que dirigiam a ordem social do pós-guerra. Esses foram incapazes de gerir a crise dos anos 70 e preparam a cama para o neoliberalismo. Passa-se o mesmo com a explicação que apresenta o neoliberalismo como consequência da globalização. Esse argumento inverte as causalidades. O que o neoliberalismo faz é orientar a globalização, uma tendência antiga, para novas direções e acelerar o seu curso, abrindo a via para a “globalização neoliberal”. O movimento altermundialista lutou por uma outra globalização, solidária, e não baseada na exploração em proveito de uma minoria.

JU – Você acaba de publicar, juntamente com o seu colega Dominique Lévy, um livro sobre a crise econômica atual. Na sua avaliação, qual é a natureza dessa crise?

Gérard Duménil – A crise atual é uma das quatro grandes crises – crises estruturais – que o capitalismo atravessou desde o final do século XIX: a crise da década de 1890, a crise de 1929, a crise da década de 1970 e a crise atual – iniciada em 2007/2008. Essas crises são episódios de perturbação de uma duração de cerca de uma dezena de anos (para as três primeiras). Elas ocorrem com uma periodicidade de cerca de 40 anos e separam as ordens sociais que evoquei na resposta à primeira pergunta. A primeira e a terceira dessas crises, as das décadas de 1890 e de 1970, seguiram-se a fases de queda da taxa de lucro e podem ser designadas como crises de rentabilidade. As duas outras crises, a de 1929 e a atual, nós as designamos como “crises de hegemonia financeira”. São grandes explosões que ocorrem na sequência de práticas das classes superiores visando ao aumento de suas rendas e de seus poderes. Todos os procedimentos do neoliberalismo estão aqui em ação: desregulamentação financeira e globalização. O primeiro aspecto é evidente, mas a globalização foi também, como vou indicar, um fator chave da crise atual.

Queda da taxa de lucro e explosão descontrolada das práticas das classes capitalistas são dois grandes tipos de explicação das grandes crises na obra de Marx. O primeiro tipo é bem conhecido. No Livro III de O Capital, Marx defende a tese da existência de uma “tendência decrescente da taxa de lucro” inerente ao caráter da mudança tecnológica no capitalismo (a dificuldade de aumentar a produtividade do trabalho sem realizar investimentos muito custosos, o que Marx descreve como a “elevação da composição orgânica do capital”).

Note-se que Marx refuta explicitamente a imputação da queda da taxa de lucro ao aumento da concorrência. (O segundo grande tipo de explicação para as crises já aparece em esboço nos escritos de Marx da década de 1840.) No Manifesto do Partido Comunista, Marx descreve as classes capitalistas como aprendizes de feiticeiros, desenvolvendo mecanismos capitalistas sob formas e em graus perigosos e perdendo, finalmente, o controle sobre as consequências de sua ação. Os aspectos financeiros da crise atual remetem diretamente às análises do “capital fictício”, aos quais Marx consagrou longos desenvolvimentos no Livro II de O Capital, desenvolvimentos que ecoam as ideias do Manifesto. De uma maneira bem estranha, alguns marxistas só aceitam a explicação das grandes crises pela queda da rentabilidade, excluindo qualquer outra explicação, e passam a multiplicar cálculos mal fundamentados.

Mas a crise atual não é uma simples crise financeira. É a crise de uma ordem social insustentável, o neoliberalismo. Essa crise, no centro do sistema, deveria acontecer, de qualquer modo, um dia ou outro, mas ele chegou de uma maneira bem particular em 2007/2008, vinda dos Estados Unidos. Dois tipos de mecanismos convergiram. Encontramos, de uma parte, a fragilidade induzida em todos os países neoliberais pelas práticas de financeirização e de globalização (notadamente financeira), motivada pela busca desenfreada de rendimentos crescentes por parte das classes superiores, reforçada pela recusa de regulamentação. O banco central dos EUA, em particular, perdeu o controle das taxas de juros e a capacidade de conduzir políticas macroeconômicas em decorrência da globalização financeira. De outra parte, a crise foi o efeito da trajetória econômica estadunidense, uma trajetória de desequilíbrios cumulativos, que os EUA puderam manter devido à sua hegemonia internacional – contrariamente à Europa que, considerada no seu conjunto, não conheceu tais desequilíbrios.

Desde 1980, o ritmo da acumulação de capital nos Estados Unidos desacelerou no território do próprio país enquanto cresciam os investimentos diretos no exterior. A isso é necessário acrescentar: um déficit crescente do comércio exterior, uma grande elevação do consumo (da parte das camadas mais favorecidas) e um endividamento igualmente crescente das famílias. O déficit de comércio exterior (o excesso de importações frente às exportações) alimentava um fluxo de dólares para o resto do mundo que tinha como única utilização a compra de títulos estadunidenses, levando ao financiamento da economia daquele país pelos estrangeiros – uma “dívida” vis-à-vis o estrangeiro, simplificando um pouco.

Por razões econômicas que eu não explicarei aqui, o crescimento dessa dívida exterior devia ser compensado por aquele da dívida interna, a das famílias e a do Estado, a fim de sustentar a atividade no território do país. Isso foi feito encorajando o endividamento das famílias pela política de crédito e pela desregulamentação – a dívida do governo teria podido substituir o endividamento das famílias mas isso ia contra as práticas neoliberais de antes da crise. Os credores das famílias (bancos e outros) não conservavam os créditos criados, mas os revendiam sob a forma de títulos (obrigações), cuja metade, mais ou menos, foi comprada pelo resto do mundo.

De tanto emprestar às famílias para além da capacidade delas saldarem as dívidas, as inadimplências se multiplicaram desde o início do ano de 2006. A desvalorização desses créditos desestabilizou o frágil edifício financeiro, nos EUA e no mundo, sem que o banco central dos Estados Unidos estivesse em condição de restabelecer os equilíbrios no contexto de desregulamentação e de globalização que ele próprio tinha favorecido. Esse foi o fator desencadeador, mas não o fundamental, da crise – combinação de fatores financeiros (a loucura neoliberal nesse domínio) e reais (a globalização, o sobre-consumo estadunidense e o déficit do comércio exterior desse país).

JU – Você falou em suas palestras no Brasil que a crise econômica teria entrado numa segunda fase. Como a crise vem se desenvolvendo?

Gérard Duménil – O mundo já ingressou na segunda fase da crise. É fácil compreender as razões. A primeira fase atingiu o pico no outono de 2008, quando caíram as grandes instituições financeiras estadunidenses, quando começou a recessão e quando a crise se propagou para o resto do mundo. As lições da crise de 1929 foram bem aprendidas. Os bancos centrais intervieram massivamente para sustentar as instituições financeiras (com medo de uma repetição da crise bancária de 1932) e os déficits orçamentários dos Estados atingiram níveis excepcionais. Mas essas medidas keynesianas, estimulando a demanda, só podiam ter por efeito uma sustentação temporária da atividade.

Os governos dos países do centro ainda não tomaram consciência do caráter estrutural da crise. Eles agem como se a crise tivesse sido puramente financeira, já ultrapassada; entretanto, as medidas keynesianas só criaram um sursis. Nenhuma medida antineoliberal séria foi tomada nos países do centro. São apenas políticas que visam o reforço da exploração das classes populares.

Nos Estados Unidos, a administração de Barak Obama elaborou uma lei, a lei Dodd-Frank, para regulamentar as práticas financeiras, mas os republicanos bloquearam completamente a aplicação. Em outras esferas, como gestão das empresas, exportação, déficits do comércio exterior, nada foi feito. Na Europa, a crise não é identificada como a crise do neoliberalismo. A Alemanha é apresentada como tendo provado a sustentabilidade do caminho neoliberal. A crise é imputada à incapacidade de gestão de certos Estados, notadamente a Grécia e Portugal.

Em toda parte, a direita retomou a ofensiva. Ela se atém à questão dos déficits orçamentários e da elevação da dívida pública. Ela finge não ver que a austeridade orçamentária, além da transferência, que a felicita, do peso da dívida para as classes populares, não pode senão provocar a recaída numa nova contração da atividade. Essa é a segunda fase da crise. Essa segunda fase não será a última. O novo mergulho na recessão necessitará novas políticas. Contrariamente à Europa, os Estados Unidos se lançaram massivamente no financiamento direto da dívida pública pelo banco central (o quantitative easing). Muito mais coisa será necessária, apesar da direita. Nós temos dificuldade em ver como a Europa poderá escapar disso.

JU – É sabido que a crise econômica atingiu mais fortemente, pelo menos até agora, os EUA e a Europa. Na década de 1990, ao contrário, as crises econômicas foram mais fortes na periferia. Por que essa diferença? Como a crise atual se manifesta nas diferentes regiões do globo?

Gérard Duménil – Até a segunda metade da década de 1990, o neoliberalismo produziu estragos no mundo, notadamente na América Latina e na Ásia. Mesmo hoje, as taxas de crescimento na América Latina permanecem inferiores àquelas dos primeiros decênios do pós-Segunda Guerra Mundial, e isso a despeito da redução massiva dos salários reais – que foi reduzido à metade desde a crise de 1970 em alguns países da região. Na década de 1990 – e em 2001 na Argentina – os avanços do neoliberalismo provocaram grandes crises, das quais a crise argentina é um caso emblemático.

O mundo entrou, agora, numa fase nova. A transição para o neoliberalismo provoca um tipo de “divórcio”, nos países do centro, entre os interesses das classes superiores e os do país como território econômico. O caso dos Estados Unidos é espetacular. Como eu disse, as grandes empresas desse país investem cada vez menos no território do país e, cada vez mais, no resto do mundo. A globalização levou a um deslocamento da localização da produção industrial para as periferias: na Ásia, na América Latina e, inclusive, em alguns países da África sub-saariana.

JU – As políticas propostas pelos dois grandes da União Europeia para superar a crise têm repetido as fórmulas neoliberais. Os mercados intimidam os governos; Sarkozy e Merkel exigem mais e mais cortes orçamentários. Por que insistem em uma política que, para muitos observadores, está na origem da crise? Que resultado a aplicação de tais políticas poderá produzir?

Gérard Duménil – Eu não penso de jeito nenhum que o rigor orçamentário tenha sido uma das causas da crise. Isso é a expressão de uma crença keynesiana ingênua, tão ingênua quanto à crença na capacidade dessas políticas de suscitar a saída da crise, dispensando as necessárias transformações antineoliberais. Porém, nesse contexto, as políticas que visam erradicar os déficits não deixarão de provocar uma nova queda da produção.

JU – Muitos analistas têm destacado que os partidos, sejam eles de direita ou de esquerda, não se diferenciam muito nas propostas para enfrentar a crise. Ademais, em vários países europeus, como a Inglaterra, a Espanha e Portugal, a direita foi eleitoralmente favorecida pela crise econômica. Os movimentos sociais poderiam construir uma alternativa de poder? Qual poderia ser um programa popular para enfrentar a crise atual?

Gérard Duménil – Nós não falamos dos aspectos políticos do neoliberalismo. A aliança na cúpula das hierarquias sociais entre classes capitalistas e classes dos gerentes (classes de cadres) logrou, por diversos mecanismos, afastar as classes populares da política “politiqueira”. Quero dizer: as afastou dos jogos dos partidos e dos grupos de pressão. Para as classes populares, só restou a (luta de) rua.

É preciso fazer entrar em cena grupos sociais que se encontram na “periferia” das classes dos gerentes (classes de cadres): os intelectuais e os políticos profissionais. No compromisso social dos pós-Segunda Guerra, frações relativamente importantes desses grupos eram partidárias da aliança com as classes populares (às quais elas não pertenciam), que elas apoiavam nos seus campos próprios de atuação.

No contexto do colapso do movimento operário mundial, as classes capitalistas lograram, no neoliberalismo, a selar uma aliança com as classes dos gerentes – usando o recurso da remuneração, notadamente – conduzindo gradualmente esses grupos periféricos (a universidade fornece muitas ilustrações sobre esse fenômeno) no empreendimento de conquista social do neoliberalismo. A proporção de grupos sociais motivados para uma aliança com as classes populares estreitou-se consideravelmente, ficando reduzida a alguns grupos “iluminados” aos quais eu próprio pertenço.

O sofrimento das classes populares não chega ao grupo dos gerentes e, no plano político, não há mais nenhum grande partido de esquerda. Na França, sabe-se no que se tornou o Partido Socialista, completamente ganho pela “globalização”, um termo para ocultar o neoliberalismo. Algo semelhante poderíamos dizer dos democratas nos Estados Unidos e eu deixo para vocês mesmos julgarem a situação do Brasil a esse respeito.

A vida política – politiqueira – se reduz à alternância entre dois partidos não equivalentes; mas o partido que se diz de esquerda é incapaz de propor uma alternativa, para não falar da sua implementação. O voto se reduz àquilo que nós chamamos na França o “voto sanção”. A direita sucede a esquerda na Espanha, por exemplo, porque a esquerda estava no poder durante a crise; a direita não tem, evidentemente, nenhuma capacidade superior para gerir a crise.

JU – Muitos observadores têm falado da possibilidade de extinção do euro. Você acredita que isso poderá ocorrer? Na sua avaliação, quais seriam os desfechos mais prováveis para a crise atual?

Gérard Duménil – É possível que alguns países saiam da zona do euro. Isso não resolveria o problema da dívida deles, que se tornaria ainda impagável depois da desvalorização da nova moeda substituta do euro. O problema é o do cancelamento da dívida ou de sua adoção pelo banco central. A crise da dívida atingiu agora os países do centro da Europa, e será necessário que esses países tomem consciência da amplitude e da verdadeira natureza do problema.

Isso remete às características daquilo que nós chamamos a “terceira fase da crise”. Quais políticas serão adotadas face à nova recessão? Como será gerida a crise na Itália e, depois, na França? Como a Alemanha responderá à pressão dos “mercados” (as instituições financeiras internacionais)? Uma coisa é certa: essas dívidas não devem ser pagas, o que exige a transferência delas para fora dos bancos ou uma forte intervenção na sua gestão.

Agora, o ponto fundamental é a vontade dos governos dos países mais poderosos da Europa, notadamente a Alemanha, de reforçar a integração europeia (em vez de estourar a zona do euro), que se opõe à vontade de “desglobalização” de alguns. Esse debate oculta a questão central: qual Europa? Uma Europa das classes superiores ou a de um novo compromisso de esquerda?

Fonte: Carta Maior

quarta-feira, 26 de outubro de 2011


26 DE OUTUBRO: EVENTOS HISTÓRICOS DESTE DIA

Clique no seguinte LINK:

http://pt.wikipedia.org/wiki/26_de_outubro

segunda-feira, 25 de julho de 2011

O que Publicam os Principais Jornais do País, nesta segunda-feira



O Globo

Manchete: Atentado na Noruega expõe direita radical da Europa
Partidos extremistas tem projeção no rastro da crise econômica

O duplo ataque que deixou 93 mortos na Noruega chamou a atenção da Europa para um perigo ofuscado nos últimos anos pelo terrorismo islâmico: a ameaça e o crescimento da extrema-direita. Com um discurso ultranacionalista, anti-imigração, contra a globalização e a União Europeia, os partidos extremistas vem ganhando projeção nas eleições no rastro da crise econômica. Especialistas indicam que o clima de ódio no discurso político encoraja a violência individual. Na Noruega, o premier Jens Stoltenberg afirmou na missa pelas vítimas que a resposta do país será "mais democracia". (Págs. 1 e 23)
Ira contra imigrantes em manifesto de 1.500 páginas
Antes de realizar o massacre, o terrorista norueguês Anders Breivik divulgara na internet um manifesto de 1.500 páginas em que dava vazão a sua ira contra esquerdistas e imigrantes. Num documento com ideias por vezes confusas, ele prevê uma guerra civil europeia antes que a "revolução conservadora" prevaleça em 2083. (Págs. 1 e 24)
Crise no Dnit: Pagot pedirá demissão hoje
O diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, que resistia a sair do cargo dizendo-se injustiçado com as denúncias de corrupção, entregará hoje sua carta de demissão ao ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. O Planalto temia que Pagot saísse fazendo denúncias contra o governo, mas ele foi convencido por seu padrinho político, o senador Blairo Maggi (PR-MT), a se acalmar. "Recomendei a ele não ficar buscando mais confusão", disse Blairo. A faxina no Dnit continuará: os últimos 3 diretores ligados ao PR devem ser demitidos em agosto, assim como superintendentes. (Págs. 1 e 3)
Xerife anistia gestores de fundos de pensão (Págs. 1 e 20)

Acordo sobre dívida dos EUA fracassa (Págs. 1 e 19)

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Folha de S. Paulo

Manchete: População carcerária sobe com lei antidrogas
Número de presos por tráfico no país aumenta 118% de 2006 a 2010

Criada há quase cinco anos para acabar com pena de prisão para usuários de maconha, a lei antidrogas gerou efeito contrário: contribuiu para superlotar presídios, dizem especialistas.

A ideia original era que usuários prestassem serviços comunitários ou vissem palestras sobre drogas. Mas, de 2006 a 2010, o número de presos por tráfico aumentou 118% e chegou a 86,6 mil. (Págs. 1 e Cotidiano C1)
Brasil tem pior produção industrial de emergentes
O Brasil tem apresentado o pior desempenho industrial entre os grandes mercados emergentes. Entre 13 concorrentes, o país foi o único a sofrer queda na produção no mês passado.

Na média dos últimos 12 meses, o Brasil também teve a expansão mais fraca. Esse resultado é atribuído à valorização do real. (Págs. 1 e Poder A9)

Análise

Binômio de juros e câmbio torna concorrência difícil. (Págs. 1 e A9)
Ataques abalam vida tranquila e levam medo aos noruegueses
Habituados à vida pacata, noruegueses dizem ter medo e aguardar mudanças na segurança após ataques que mataram 93 pessoas.

O governo estuda reforçar o policiamento permanentemente. O atirador defendeu na internet uma "cruzada moderna". (Págs. 1 e Mundo A10)

EUA terão semana decisiva para evitar calote histórico (Págs. 1 e Mundo A12)

Plano de saúde dificulta adesão de cliente idoso
Impedidos de se recusar a aceitar idosos e de fazer reajuste por faixa etária, planos de saúde tem tornado difícil a adesão de pessoas com mais de 59 anos. Corretores dizem que não ganham comissão nesse tipo de contrato. Para o Procon-SP, a prática é irregular. (Págs. 1 e Cotidiano C4)
Casados poupam mais para velhice, aponta pesquisa
Pesquisa realizada pela ONG Rand Corporation, dos EUA, aponta que 45% dos solteiros tem mais risco de chegar à velhice com problema financeiro. Entre casados, esse índice é de 20%.

Segundo o estudo, cônjuges costumam prestar contas um ao outro. (Págs. 1 e Mercado B6)

Cresce uso de antipsicóticos entre crianças e idosos no país (Págs. 1 e Saúde C10)

Editoriais
Leia "Bônus na berlinda", sobre a política de remuneração de professores por mérito, e "A eficácia das multas", acerca de punições a empresas. (Págs. 1 e Opinião A2)
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O Estado de S. Paulo

Manchete: EUA ainda buscam saída para a dívida pública
Proposta republicana apresentada ontem eleva teto do débito, mas traz itens já rejeitados por Obama

A oito dias do fim do prazo estipulado pelo Departamento de Tesouro dos EUA,o republicano John Boehner, presidente da Câmara dos Representantes, apresentou projeto prevendo a redução de cerca de US$ 4 trilhões na dívida pública até 2022. Seu plano, porém, contém premissas já rejeitadas pelos democratas. Ontem, ao enfrentar novamente a Casa Branca com sua proposta - e dois dias depois de ter abandonado as negociações com o presidente Barack Obama -, Boehner acentuou as dúvidas sobre uma possível solução de consenso no Congresso. O republicano incluiu em seu projeto um aumento de curto prazo de US$ 1 trilhão no total da dívida pública, hoje de US$ 14,3 trilhões. Essa saída, entretanto, exigiria novas negociações no Congresso sobre uma segunda alta do teto da dívida no início de 2012. Na noite de ontem, líderes democratas ainda discutiam alternativas ao impasse. Caso não haja acordo até 2 de agosto, os EUA podem anunciar a primeira suspensão de pagamentos federais de sua história. (Págs. 1 e Economia B1 e B3)

US$14 tri é o tamanho da dívida pública americana. (Pág. 1)
Alguns milhões depois, o recomeço
O que fazem os empresários que vendem por grandes somas as companhias que fundaram? Partir para um ramo desconhecido, se arriscar na concorrência contra suas antigas empresas ou simplesmente viver de aplicações financeiras estão entre os caminhos. (Págs. 1 e Negócios)

Lula trabalha contra prévias no PT para 2012
O ex-presidente Lula é contra a realização de prévias no PT para a escolha de candidatos às prefeituras nas eleições de 2012. Lula avalia que o modelo com voto dos filiados, tradicional no partido, deixa sequelas na disputa e mais atrapalha do que ajuda. Em São Paulo, o ex-presidente apoia o ministro da Educação, Fernando Haddad. (Págs. 1 e Nacional A4)
Atirador planejou ataque durante 18 meses na Noruega
Os ataques terroristas na Noruega foram planejados por 18 meses pelo extremista Andres Breivik. Ele organizou um manifesto de 1.500 páginas, em que afirma pertencer a uma “nova Ordem dos Templários", que prega o fundamentalismo católico e teria membros em diversos países da Europa. O número de mortos subiu ontem para 93. (Págs. 1 e Internacional A9)
Agências reguladoras são alvo de 2.209 processos (Págs. 1 e Economia B13)

Empresas vão poder explorar biodiversidade (Págs. 1 e Vida A14)

Cresce o uso do cartão de crédito e do cheque especial (Págs. 1 e Economia B7)

Carlos A. Sardenberg
Do bolso do povo

Mesmo que a abertura da Copa não aconteça no estádio do Corinthians, time já garantiu uma arena financiada ou paga com dinheiro público. (Págs. 1 e Economia D2)
Notas & Informações
Titulares e pernas quebradas

Como jogador que está no banco, como diz, Lula torce para a titular Dilma quebrar a perna. (Págs. 1 e A3)
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Correio Braziliense

Manchete: Polícia mata uma pessoa no Brasil a cada cinco horas
São 141 assassinatos por mês ou 1.693 por ano. Bastariam esses dados para colocar a polícia brasileira como uma das mais violentas do mundo. Mas a realidade ainda é bem pior. Esses números, levantados pelo Correio, estão baseados apenas em informações oficiais do Ministério da Saúde e das secretarias de Segurança Pública de São Paulo e do Rio de Janeiro. Nessa guerra, as principais vítimas são jovens de 15 a 29 anos (70%). No Rio, no ano passado, as ações de agentes civis e militares resultaram na morte de 545 pessoas, o maior número do país. Entidades não governamentais também acreditam que esses dados são subestimados. No Distrito Federal, por exemplo, o sistema de informação da pasta registrou somente três óbitos desde 2004. (Págs. 1 e 6)
UNE no poder
Ligados ao PCdoB, maioria dos ex-dirigentes da União Nacional dos Estudantes ocupa hoje cargos no Ministério do Esporte. (Págs. 1 e 5)
Corrupção em obras do PAC
Batalhões de Engenharia do Exército que tocam projetos em rodovias federais são o novo foco de desvio de dinheiro público. Justiça Militar e MP apuram denúncias. (Págs. 1 e 2)
Noruega: Terrorista antecipou plano na web
Anders Breivik postou na internet manifesto de extrema-direita em que defende o uso de armas para salvar a Europa do domínio islâmico. À polícia, disse que fez tudo sozinho. (Págs. 1 e 12)
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Valor Econômico

Manchete: CNJ fecha cerco contra o calote de precatórios
Já está em operação o Cadastro de Entidades Devedoras Inadimplentes (Cedin), que registra o nome dos governos estaduais e prefeituras que deixam de pagar os precatórios parcelados, nos termos da emenda constitucional 62. Se um Estado ou município estiver no Cedin, não poderá receber empréstimos internos ou externos e nem transferências voluntárias da União, de acordo com a resolução 115 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Deverá também ter retido um valor do Fundo de Participação dos Estados (FPE) ou do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em montante equivalente à parcela mensal dos precatórios que deixou de pagar.

"Basta que o presidente de um Tribunal de Justiça informe ao CNJ que um município ou Estado está inadimplente com o parcelamento dos precatórios para determinarmos a retenção de quantia equivalente do FPE ou do FPM", explicou o ministro Ives Gandra Martins Filho, do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e coordenador dos estudos sobre precatórios no âmbito do CNJ. (págs. 1 e A2)
Fundos de private equity batem recorde
As operações dos fundos de private equity (que compram participações em empresas) devem bater ao menos dois recordes este ano: de captação de recursos e de volume efetivamente aplicado nas aquisições. Em um espaço de pouco menos de um mês, duas das principais gestoras nacionais, Vinci e BTG Pactual, fecharam captações dos dois maiores fundos já destinados ao país. O recorde pode ser batido novamente pela gestora Gávea, que também está para concluir uma captação bilionária. Estima-se que existam hoje outros US$ 9 bilhões em fase de captação.

Do lado da aplicação dos recursos, especialistas estimam que a cifra chegue a US$ 10 bilhões, superando os US$ 6,3 bilhões do ano passado, quando pela primeira vez os private equity ultrapassaram os aumentos de capital das empresas via ofertas públicas iniciais de ações como fonte de dinheiro. (Págs. 1 e C1)
Cesp reclama R$ 9 bi em indenizações
A Cesp, quarta maior geradora de energia elétrica do país, calcula que o governo federal lhe deverá pagar R$ 9 bilhões em indenizações caso prevaleça o entendimento que suas concessões vencerão em 2015. Desse total, R$ 4 bilhões referem-se a investimentos ainda não amortizados, disse o presidente da empresa, Mauro Arce, e o restante a uma devolução de impostos que teriam sido cobrados indevidamente na operação de compensação de contas de resultados do setor elétrico. A conta salgada foi calculada exatamente na semana em que o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Zimmermann, declarou que, na revisão das concessões, será a vez de o consumidor sair ganhando. (Págs. 1 e B8)
Uruguai teme a invasão de brasileiros
O Uruguai deve crescer 6% este ano e completar em 2012 uma década de expansão econômica ininterrupta. O que muitos empresários e autoridades locais discutem agora é a "Brasil dependência", a participação crescente de brasileiros em setores estratégicos. Os frigoríficos do Brasil já dominam 36% do abate total de gado bovino, a gaúcha Camil beneficia metade da safra local de arroz e a Ambev é dona das três principais marcas uruguaias de cerveja. A Petrobras tem 21% da revenda de combustíveis e controla a distribuição de gás canalizado em Montevidéu.

Novos investidores estão chegando: o Banco do Brasil pediu autorização para operar no país, o grupo Fasano abriu um complexo hoteleiro de alto luxo em Punta del Este e o Eurofarma adquiriu recentemente o controle da indústria farmacêutica Gartier. (Págs. 1 e A12)
Piauí quer mudar mapa para ocupar áreas da Mata Atlântica
O Piauí trava uma queda de braços com o governo federal para sair do mapa oficial que delimita a Mata Atlântica - bioma no qual a lei restringe a derrubada da vegetação natural. "A economia estadual dobrou nos últimos oito anos, mas precisamos continuar crescendo para recuperar o atraso", diz Dalton Macambira, secretário do Meio Ambiente.

O IBGE fará o mapeamento da Mata Atlântica local, por determinação do governo federal, "em escala 20 vezes mais precisa que o trabalho antigo", afirma Celso Monteiro Filho, coordenador de recursos naturais do instituto. Na prática, a tendência é o traçado de maior resolução incluir - e não excluir - remanescentes de mata. "O problema do Piauí só poderá ser resolvido mudando a lei", afirma. Macambira faz outra avaliação: "O que temos não é Mata Atlântica e sim Caatinga com árvores frondosas", diz o secretário. (Págs. 1 e Especial Negócios Sustentáveis)
Fora da Presidência, Lula faz diplomacia paralela
No início de junho, em uma conversa com o presidente Hugo Chávez, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva repassou a Chávez a reclamação de empresários brasileiros em relação à dificuldade para importar coque de petróleo daquele país e o questionou sobre as ambições do programa habitacional "Gran Misión Vivienda Venezuela", a versão local do "Minha Casa, Minha Vida". Lula também aconselhou o presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, empresário varejista, a como driblar resistências da elite do país.

Fora da Presidência, Lula tem feito uma espécie de diplomacia paralela com chefes de Estado e empresários. A seus auxiliares diz que está vivendo o melhor dos mundos: pode falar aquilo que deseja, sem os limites e obrigações diplomáticas que o cargo lhe impunha. (Págs. 1 e A6)
STF julga ações por meio virtual
Uma mudança no regimento interno do Supremo Tribunal Federal (STF), desconhecida ainda por muitos advogados, limitou a participação dos profissionais na defesa oral de clientes, assim como o acompanhamento pelo público dos julgamentos na Corte. Desde dezembro, os ministros do tribunal adotaram o sistema virtual - realizado por meio eletrônico interno - para julgar processos. Até hoje a possibilidade era usada apenas para a análise da relevância social, econômica e política do recurso e, portanto, se deveria ser aceito ou não - a chamada repercussão geral. Com a alteração, processos cujo tema já tenha sido decidido em algum momento pelo Supremo passam a ser julgados virtualmente.

Até o momento, 19 recursos foram decididos dessa forma. Embora a regra só se aplique a casos de reafirmação de jurisprudência, advogados temem a violação aos princípios da ampla defesa e da publicidade dos julgamentos. O ministro Marco Aurélio diz não admitir essa modalidade de julgamento e, por isso, evita avaliar o mérito por meio eletrônico. "Passamos a ter um Supremo virtual, praticamente fictício." (Págs. 1 e E1)
A BRF vai vender as unidades de Lages e Salta Veloso (SC), no acordo com a Cade (Págs. 1 e B11)

Tragédia na Noruega reaviva temor da extrema-direita (Págs. 1 e A9)

Dasa volta atenção para as exames de imagem, diz Barboza (Págs. 1 e D1)

Câmbio valorizado preocupa
A crise de endividamento público dos EUA e dos países da União Europeia expõe uma fragilidade no "sólido" modelo de crescimento brasileiro - a taxa de câmbio valorizada, avalia o economista Luiz Gonzaga Belluzzo. (Págs. 1 e A3)

Menos refrigerantes
Pelo segundo trimestre consecutivo, as vendas de refrigerantes desaceleraram por causa do aumento de preço em torno de 10% por conta da nova alíquota do IPI e do maior custo de insumos. (Págs. 1 e B1)
Comércio eletrônico no Mercosul
Iniciado há dois anos para promover o comércio eletrônico no Mercosul, o Projeto Mercosul Digital entrou em uma nova etapa, depois de diagnosticados os gargalos tecnológicos e formatados os programas educacionais para empresas. (Págs. 1 e B2)
Biocombustível em aviões
O bioquerosene que será testado em voo pela primeira vez, pelos aviões da Embraer, já entrou em fase de certificação. A americana Amyris submeteu o produto a avaliação da ASTM International. (Págs. 1 e B6)
Boas perspectivas para etanol
O fim da tarifa de importação do biocombustível nos EUA vai trazer avanços importantes para o comércio mundial de etanol, diz Ben Pearcy, diretor global de açúcar e bioenergia da Bunge. (Págs. 1 e B12)

BB em São Paulo
Por meio principalmente da aquisição da Nossa Caixa, o Banco do Brasil mais que dobrou a base de clientes no Estado de São Paulo. As receitas aumentaram, mas a margem gerada par cliente caiu, informa Dan Conrado, diretor responsável pelas atividades do BB em São Paulo. (Págs. 1 e C7)
Ideias
Sergio Leo

Foco na Organização Mundial do Comércio (OMC) não impediu a busca de acordos bilaterais de comércio. (Págs. 1 e A2)
Ideias
Jagdish Bhagwati

A oposição dos EUA à Rodada Doha vem das altas esferas do governo do país, a começar pela falta de liderança de Obama. (Págs. 1 e A11)
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Estado de Minas

Manchete: TCE anula 190 concursos
Um em cada três processos seletivos abertos nos últimos três anos para o preenchimento de vagas em prefeituras mineiras e órgãos do estado não conseguiu passar pelo crivo do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Desde 2009, quando a legislação tornou obrigatório o exame prévio dos editais pelo tribunal, foram encontradas falhas em 33% dos 579 processos auditados. As mais comuns são a falta de lei criando os cargos, a ausência de definição dos salários e de cotas para deficientes físicos. (Págs. 1 e 3)
Abandono: Parte da história de Minas é vítima do esquecimento
Levantamento do Ministério Público estadual revela que pelo menos 15% dos 3,7 mil bens estão se despedaçando sob a ação do tempo. Apesar de tombados, não contam com a proteção do estado. Entre os abandonados, estações ferroviárias, como a de Belo Vale, na Grande BH, são as mais numerosas. (Págs. 1, 17 e 18)
Mão de obra: Qualificação em MG tem 381 mil vagas
Escolas de preparação de mão de obra reagem à escassez de gente preparada para o trabalho reclamada pelo comércio e pela indústria e vão além da procura. (Págs. 1 e 10)
Crise nos Transportes: Militares sob suspeita por obras do PAC
Procuradoria de Justiça Militar, Ministério Público Federal e Tribunal de Contas da União investigam possíveis fraudes em obras a cargo dos batalhões. (Págs. 1 e 4)
Aposentados
INSS divulga lista dos que terão direito à revisão. (Págs. 1 e 11)
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Jornal do Commercio

Manchete: O primeiro teste de Agamenon
Mudanças na avenida, como proibição de giros à esquerda, serão colocadas em xeque, hoje, com o fluxo regular de dia útil. Artistas e agentes de trânsito vão orientar motoristas. (Págs. 1 e 11)
Termina hoje ansiedade de aposentados
INSS definirá quem tem direito à revisão do teto previdenciário. Consulta poderá ser feita por telefone ou na internet. (Págs. 1 e 8)
Extrema-direita
Atirador que matou dezenas de jovens na Noruega publicou manifesto xenófobo na internet antes do ataque. (Págs. 1 e 6)
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Zero Hora

Manchete: Horror na Noruega
Documento revela como atirador planejou ataque

Diário de 1,5 mil páginas revela como o ultradireitista Anders Behring Breivik preparou o plano no qual pretendia se tornar “um monstro nazista”.

Balas usadas explodem no corpo.

Ultradireita assombra a Europa. (Págs. 1, 4 e 5)
Agricultura: Plano Safra gaúcho será de R$ 1,1 bi
Piratini anuncia hoje como será o reforço, com prioridade ao pequeno produtor. (Págs. 1 e 14)
Por mérito: As ideias de Tarso para avaliar os professores
Governador diz como será o debate para mudar educação gaúcha. (Págs. 1 e 6)
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Brasil Econômico

Manchete: Custo da energia deve cair com a renovação das concessões de usinas
Redução da tarifa de transmissão pode levar a uma economia de R$ 15 a R$ 20 por megawatt-hora (MWh) na conta do consumidor

O governo brasileiro vai, pela primeira vez, qualificar o processo pelo qual reduzirá as tarifas de energia a partir de 2015, data em que vencem as concessões das geradoras estatais de energia. A intenção é diminuir a Tarifa de Sistema de Transmissão (Tust), que incide sobre a conta de luz do consumidor e, assim, baratear os preços. A arrecadação da Tust será de R$ 12 bilhões em 2011 e em 2012, valor dividido igualmente entre empresas e consumidores. (Págs. 1 e P10)

Minas receberá aporte de R$238 milhões em energia e vai implementar duas PCHs. (Págs. 1 e P24)
Invasão chinesa chega aos celulares
Marcus Daniel Machado, presidente da Alcatel One Touch, prevê que marcas chinesas, como a rival Huawei, venderão juntas 7 milhões de aparelhos em 2011. Próximo passo é produzir no país. (Págs. 1 e P18)
Rentabilidade da soja aumenta apesar do câmbio
Demanda em alta e clima bom garantem um ano memorável para produtores. Ganhos se refletem em mais investimentos no campo. (Págs. 1 e P4)
Petrobras adia refinaria e planeja venda de ativos
Novo plano de negócios 2011-2015 prevê investimentos de US$ 224,7 bilhões, mesmo valor do atual (2010-2014). (Págs. 1 e P22)
Cartão chega a redutos do dinheiro e do cheque
É o caso do Tribunal Regional do Trabalho do Pará, que inaugura, em outubro, projeto para usar máquinas de cartões em sessões de conciliação. (Págs. 1 e P30)
Da unificação à fragmentação política, Europa necessita de um plano B, defende o megainvestidor George Soros (Págs. 1 e P36)

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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Missa no Rio de Janeiro lembra 7° ano sem Leonel Brizola

O 7° aniversário da morte de Leonel Brizola será lembrado nesta terça-feira, 21 de junho, às 11 horas da manhã, com missa no Rio de Janeiro na Igreja de São Benedito dos Homens Pretos, na rua Uruguaiana – esquina com rua do Rosário – no Centro da cidade - mandada celebrar pela direção estadual do PDT-RJ e o Ministro Carlos Lupi.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Lula e centrais discutem reforma política e pauta trabalhista em SP (Postado por Erick Oliveira)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne nesta sexta-feira (27) em São Paulo com representantes das centrais sindicais para discutir reforma política.
Os líderes sindicais levam a Lula também suas principais reivindicações em relação aos temas trabalhistas na pauta do Congresso Nacional, como redução da jornada de trabalho, fator previdenciário e regulamentação de terceirizações.

Participam do encontro o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical; o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva; e representantes CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e União Geral dos Trabalhadores (UGT).

O ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência Luiz Dulci, que hoje atua no Instituto Cidadania juntamente com Lula, também participa da reunião, que ocorre na sede da entidade, na capital paulista.
 
 
Palocci

Ao chegar para o encontro, Paulinho da Força comentou o caso envolvendo o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, que, segundo reportagem do jornal "Folha de S.Paulo", teve seu patrimônio aumentado em 20 entre 2006 e 2010.

"Palocci deve muitas explicações ainda. Não consigo entender como alguém fica rico tão rápido. Acho que o melhor para o governo seria que Palocci saísse. Esse desgaste que ele está levando não é bom em início de governo. Mas como teve um problema com ele, ele deveria se afastar e responder isso fora do governo", afirmou Paulinho.

Questionado sobre se Lula está interferindo no governo de Dilma Rousseff, ele respondeu: "Lula tem agir, é uma pessoa que todo mundo respeita. Então quanto mais ele puder ajudar o governo, melhor."

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

"Acesse um e leia dois": Nesta página, o internauta encontrará dois LINKs, correspondentes a uma parceria entre a agência noticiosa "Google News" e "Edson Paim Notícias", através dos quais poderá ler, diariamente, as últimas Notícias dos Municípios, dos Estados, do País e do Mundo, publicadas nessa dupla de sites que constituem um verdadeiro jornal diário (go and read a two)

Este Blog estará sempre atualizado, qualquer que seja a data que aparece acima, pois a atualização ocorre automaticamente, inclusive nos momentos em que você o acessa ou esteja lendo.

Para você ler as notícias que são postadas nos últimos instantes, pelo Google News e por Edson Paim Notícias",  basta clicar nos seguintes LINKs:

http://news.google.com/ 

http://www.edsonpaim.com.br/    

As instruções acima seriam até desnecessárias,  pois já existe uma  maneira de acessar, todos os dias, Notícias publicadas pelo "Google News" e por "Edson Paim Notícias", clicando  nos respectivos LINKs, situados ao lado direito desta página.  

Mas esta redundância objetiva a maior visibilidade por parte do leitor.

A sequência dos LINKS é idêntica a observada acima: O primeiro é o da agência noticiosa "Google News", o segundo é o de "Edson Paim Notícias" e, eventualmente,  o terceiro,  os tercceiro repete o de Edson Paim, enquanto não for substituido por um LINK de nível municipal, estadual, nacional ou internacional, formando assim, novas trincas de sites, aos quais aplicamos a designação de "THE THREE IN ONE POST".

De qualquer maneira, tanto as duplas como as trincas de sites (como ocorre em parte dos 600 Blogs que constituem o Painel do Paim), conduzem o leitor às últimas Notícias dos Municípios, dos Estados, do País e do Mundo, neles publicadas.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ronaldinho é maior contratação na história do Brasil, diz Luxemburgo

 . Foto: Reprodução Luxemburgo exalta chegada de Luxemburgo e vê momento histórico para futebol brasileiro
Foto: Reprodução


Vitor Machado

A confirmação da chegada de Ronaldinho agitou o ambiente em Londrina, local da pré-temporada rubro-negra. Em entrevista, o técnico Vanderlei Luxemburgo classificou a contratação do jogador como a maior da história do futebol brasileiro.
"Acho que o Flamengo teve uma conduta, como tem tido sempre, de tratar tudo com tranquilidade. Vocês, jornalistas, buscando a informação e nós trabalhando com calma, buscando viabilizar o negócio. O Flamengo está de parabéns, é a maior contratação do futebol brasileiro de todos os tempos. É um projeto, não só uma contratação. O Flamengo deu uma demonstração de força e grandeza que precisava", disse.
Segundo o comandante, a realização da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, deve servir como meta para o craque nos próximos anos. "Quando se é jovem, se tem toda uma juventude ao lado, mas a personalidade e o caráter nasce e morre com você. Ele deixou de ser um menino para se tornar um jogador mundialmente consagrado. Há uma mudança de comportamento natural, mas tem de se ter objetivos", afirmou.
Após os seguidos casos de indisciplina de Ronaldinho, sempre presente em jornais europeus nos últimos anos por saídas à noite, Luxemburgo cobrou comportamento em sua passagem pelo Rio de Janeiro. "Ainda não falei com ele, mas vamos falar sobre o objetivo do clube e procurar saber o dele. Acho que por tudo que já conquistou, o direcionamento é para que a Copa no Brasil seja uma referência. Mas tem de ter um comportamento de atleta, não de popstar", destacou.
A possível chegada de Thiago Neves também foi lembrada por Luxemburgo, que espera pelos dois reforços ainda na cidade paranaense. "(O Thiago Neves) está no mesmo contexto. É um grande jogador. Diferente do Ronaldinho, que já disputou Copa e foi eleito o melhor do mundo. (O negócio) tem tudo para acontecer de forma positiva. Tem de chegar e buscar espaço na Seleção, porque tem uma Copa no Brasil. É um fator motivador grande. Tem que vir para cá conhecer o João Vitor, o Romarinho, o roupeiro, que é a nossa turma".
O Dia
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  1. Dirigentes do Flamengo se abraçam após anunciar a contratação de Ronaldinho; astro foi confirmado como jogador rubro-negro após longa novela

    Foto: Agência Lance
  2. Presidente do Fla, Patrícia Amorim anuncia contratação de Ronaldinho

    Foto: Agência Lance
  3. Patrícia Amorim fez um discurso emocionado após anunciar acerto; "o torcedor do Flamengo pode colocar a camisa amanhã e ter muito orgulho de ter o melhor jogador do mundo", disse

    Foto: Agência Lance
  4. Torcedores do Flamengo aguardam reunião entre o clube e Ronaldinho que pode anunciar o jogador como reforço para 2011; organizados levaram faixa com o rosto do atleta

    Foto: Agência Lance
  5. Torcedores do Flamengo exibem faixa em homenagem a Ronaldinho

    Foto: Agência Lance
  6. Galliani foi recebido com festa por flamenguistas

    Foto: Agência Lance
  7. Vice-presidente do Milan, Adriano Galliani, chega ao Hotel Windsor, no Rio de Janeiro, para reunião com a diretoria do Flamengo

    Foto: Agência Lance
  8. Flamenguistas marcam presença em frente ao Hotel Windsor

    Foto: Agência Lance
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