sexta-feira, 1 de maio de 2009

Festas de 1º de Maio reúnem 900 mil pessoas em São Paulo



Festa de 1º de Maio da Força Sindical em Santana, zona norte de São Paulo

EPAMINONDAS NETO
YGOR SALLES
da Folha Online

Atualizado às 16h42.

As três principais festas das centrais sindicais pelo 1º de Maio reúnem cerca de 800 mil pessoas em São Paulo, número bem menor que em anos anteriores. O maior público compareceu à festa da Força Sindical, na zona norte: 600 mil pessoas, segundo estimativas da PM (Polícia Militar). A festa da UGT (União Geral dos Trabalhadores), na região central, tem público de 200 mil segundo a organização do evento, e a da CUT (Central Única dos Trabalhadores), na zona sul, 100 mil de acordo com a PM. Em todas, o emprego no Brasil foi o tema principal.

Na festa da Força Sindical, realizada na praça Campo de Bagatelle, em Santana, as comemorações começaram às 7h e vão até as 18h.

Neste ano, a Força estima reunir 1 milhão de pessoas para assistir 30 shows gratuitos, de artistas como os sertanejos Daniel e a dupla Rick e Renner, o padre Marcelo Rossi e o trio pop KLB. Nas festividades do ano passado, a estimativa foi de 1,2 milhão no mesmo local.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, passou pelo local de manhã. Ele disse que o mês de abril vai ser melhor ainda que o de março em termos de criação de vagas formais. Ele indicou que, inclusive, as novas vagas podem ser suficientes para deixar o saldo de empregos positivo em 2009. "Os números [fechados] de abril eu ainda não tenho, mas vai ser melhor que março."
Robson Ventura/Folha Imagem



Além dos shows, o público também já foi 'submetido' ao habitual regime de discursos políticos. Passaram pelo palco da Força os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Aldo Rebelo (PC do B-SP), o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) e o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem uma participação marcada para as 17h (hora de Brasília), por meio de transmissão ao vivo do Rio, que deve ser mostrada no telão disponível no palco.

Na festa da CUT em Cidade Dutra (zona sul), a festa sem grandes shows e patrocínio --decisão da própria sindical, que decidiu não pedir fundos às empresas por causa da crise econômica-- atrai público bem inferior à média. A central também promove atos no Itaim Paulista (zona leste), até as 18h. Entre os destaques estão apresentações do Teatro Mágico e Tribo de Jah.

Quem falou sobre emprego por lá foi o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). Ele disse o governo não pretende atrelar as ajudas e incentivos dados à indústria à obrigação de manter o nível de emprego. Segundo ele, tal atitude não produz resultado positivo e já mostrou, em outros tempos, que não funciona.

Segundo ele, como sindicalista, entende a reivindicação das centrais sindicais para a manutenção de empregos. "Mas, ao mesmo tempo, o governo tem a preocupação de não engessar os setores", afirmou, lembrando que determinadas empresas de um mesmo setor podem ter condições de contratar, enquanto outras, por uma questão de mercado, têm mais dificuldades.

As centrais sindicais UGT (União Geral dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras Brasileiros) e NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores) fazem neste ano uma festa conjunta, que ocorre na avenida São João (centro) desde as 13h.

Os shows programados são de Victor & Leo, Daniel, Alexandre Pires, Leci Brandão, KLB, Sorriso Maroto, Inimigos da HP, entre outros.

Das principais centrais sindicais, apenas a Conlutas não fará festa na comemoração do 1º de Maio. Porém, programou um ato político na praça da Sé (centro).